Foto:Pedro Revillion |
Agentes da Polícia Civil, em assembleia realizada nesta sexta-feira no Palácio da Polícia, em Porto Alegre, aprovaram paralisação de dois dias na quarta e quinta-feira da próxima semana. A categoria rejeitou a nova proposta apresentada nesta semana pelo governo do Estado. Conforme a oferta do Executivo, em 2018 o salário inicial de um investigador de 1ª classe – o mais baixo da categoria – que atualmente é de R$1.758, passaria para R$ 3.114. Já um comissário – último posto da carreira – receberia R$ 8.633 frente aos atuais R$ 4.035.
Após o encerramento da assembleia, os agentes seguiram em caminhada até o Palácio Piratini para pressionar o governo a atender as demandas da categoria. Conforme o presidente da Ugeirm Sindicato, Isaac Ortiz, os agentes da Polícia Civil não abrem mão da verticalidade para diminuir abismos salariais. Em entrevista à Rádio Guaíba, ele destacou que a categoria quer que o governo cumpra a tabela beneficiando os agentes. Se isto não ocorrer, a intenção é "zerar" as negociações com todas as categorias da Polícia Civil. O presidente afirmou que não é justo que parte da polícia seja contemplada e a base receba salários aviltantes.
Atualmente o salário de um policial civil não chega a R$ 2.200 e a proposta inicial do governo era de R$ 3.700, passando para R$ 4,200 em 2018. Enquanto isso, o salário dos delegados chegaria a R$ 18 mil. Em função dessa diferença, Ortiz disse que a Polícia Civil tem que vislumbrar uma tabela salarial mais justa, pois segundo ele, hoje a diferença chega a 700%.
Com a proposta feita aos delegados a diferença seria de quase R$ 15 mil, desconsiderando-se eventual correção que seria oferecida aos agentes, conforme Ortiz. Para pressionar o governo a conceder um aumento maior, a Polícia Civil realiza a Operação Cumpra-se a Lei, desde fevereiro. Assim, realiza apenas os serviços específicos.
Em função disso, os delegados não estão conseguindo cumprir suas atribuições, segundo o presidente. Ele atestou que grandes operações não estão sendo feitas com base na revolta de parte da categoria, que se recusa a realizar tarefas que seriam exclusivas dos delegados.
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