quarta-feira, 21 de março de 2012

Paralisação não deve afetar trabalho, diz chefe de polícia

Agentes deflagraram hoje manifestação de dois dias no Estado
Servidores protestam por verticalidade salarial
Crédito: Bruno Alencastro

Agentes da Polícia Civil deflagraram nesta quarta-feira uma paralisação de dois dias. O protesto se encerra às 18h desta quinta-feira. A mobilização atinge todas as delegacias da Capital, da região Metropolitana e das 29 regiões policiais do Interior. O chefe da Polícia Civil no Estado, delegado Ranolfo Vieira Júnior, acredita que a paralisãção não irá afetar o atendimento à população, pois os policiais são conscientes. Para ele, porém, este não é o momento adequado para realizar uma greve.

Ranolfo contou que já há negociação com os manifestantes e que muitas das reivindicações da categoria já foram atendidas. Em 2011, foram criados 1.541 novos cargos na Polícia Civil e 1.389 agentes foram promovidos no período, conforme o delegado. 

Nesta quarta-feira, 322 policiais iniciam a formação. A expectativa para o segundo semestre do ano é que 800 novos agentes passem a atuar no Rio Grande do Sul.

De acordo com o Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores do Rio Grande do Sul (Ugeirm), serão mantidos apenas os atendimentos para crimes de maior gravidade nesses dois dias, como homicídio, latrocínio, estupro, lesão corporal grave e sequestro. Em Porto Alegre, dirigentes do sindicato ficarão concentrados no plantão do Palácio da Polícia.

Em assembleia realizada na semana passada, a categoria decidiu insistir na negociação com o governo do Estado, que apresentou proposta rejeitada por unanimidade pelos mais de 2 mil policiais presentes. Também foi deliberado que, na hipótese de o governo alegar dificuldade orçamentária para cumprir integralmente a tabela defendida pela Ugeirm, todas as negociações salariais devem ser zeradas. 

Segundo o sindicato, isso se deve ao fato de o governo ter proposto que a diferença salarial entre agentes e delegados em início de carreira seja fixado em mais de 350% até 2018. Conforme oferta do Executivo, em 2018 o salário inicial de um investigador de 1ª classe – o mais baixo da categoria – que atualmente é de R$1.758, passaria para R$ 3.114. Já um comissário – último posto da carreira – receberia R$ 8.633 frente aos atuais R$ 4.035. Os agentes exigem o estabelecimento de política salarial única, que institua salário em proporção certa para todos. 

A expectativa do sindicato é ampliar, durante a paralisação, a Operação Cumpra-se a Lei, na qual os agentes não realizam mais atribuições privativas dos delegados, conforme prevê o Código de Processo Penal. 
Fonte:CP

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