Em 1973, o general Augusto Pinochet comandou a tomada do poder pelos militares chilenos Foto: El Comercio, GDA |
Durante o governo de Pinochet, um dos mais violentos da América Latina, 28 mil pessoas foram torturadas e outras 2,2 mil morreram ou são consideradas desaparecidas
O governo chileno decidiu alterar o currículo das escolas de Ensino Fundamental sobre os conteúdos relacionados à ditadura militar que o país viveu durante 17 anos. Agora, os alunos não aprenderão mais que o Chile passou por uma "ditadura militar", mas por um "regime militar". A mudança foi anunciada pelo novo ministro da Educação do Chile, Harald Beyer.
Segundo o ministro, em outras partes do mundo, se usa a definição mais geral que é regime militar e não ditadura. O novo texto do currículo indica que devem ser comparadas "as diferentes visões sobre a quebra da democracia no Chile, o regime militar e o processo de recuperação da democracia ao final do século 20, considerando os diferentes atores, experiências e pontos de vista", disse Beyer.
O governo do general Augusto Pinochet, de 1973 a 1990, foi um dos mais violentos da América Latina. O militar liderou o golpe de Estado que derrubou e assassinou o presidente socialista Salvador Allende. Pelos dados oficiais, foram 28 mil pessoas torturadas e outras 2.279 desaparecidas e mortas. As chamadas comissões da Verdade identificaram 180 crianças e adolescentes assassinados, além de 1.283 presos e torturados.
O ministro defendeu que a mudança passou por todas as instâncias encarregadas do assunto e por um conselho nacional de educação, que aprovou a alteração sem reparos.
— Não é um governo democrático (o de Pinochet), mas o termo regime militar também tem esse significado — alegou Beyer.
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