Conselho procura desvendar o que provocou 12 óbitos de recém-nascidos atendidos na unidade
Foi aberta na manhã desta segunda-feira, pelo Conselho Regional de Medicina (Cremers), uma sindicância para apurar a morte de bebês que estiveram internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital de Caridade de Canguçu, no sul do Estado — interditada pela Secretaria Estadual da Saúde no final de fevereiro. A previsão do presidente da instituição, Rogério Wolf de Aguiar, é de que até o final do mês de março seja concluída a sindicância.
Nesta segunda-feira, foram disparados uma série de ofícios pedindo explicações sobre o caso: para o hospital, secretaria de Saúde do Estado e Ministério Público. Nos três meses de funcionamento, morreram 12 dos 45 recém-nascidos que receberam atendimento no local, número seis vezes maior do que a média em outras unidades do gênero no Estado.
Durante esta semana uma equipe do Conselho fará inspeção no local. De acordo com Wolf de Aguiar, a investigação vai tratar somente sobre a atividade médica e deverá esclarecer se as mortes ocorreram em função de falhas cometidas pelos profissionais que trabalhavam na UTI Neonatal.
- Não podemos antecipar punições. Essa sindicância tem dois caminhos: o arquivamento, se nada ficar provado, ou a abertura de um processo, que aí sim irá julgar a conduta médica - esclarece o presidente da instituição.
Além do Cremers, o caso é investigado também pelo Ministério Público Estadual. Um inquérito conduzido pela promotora de Canguçu, Camile Balzano de Mattos, foi instaurado na semana passada.
Estão sob análise, entre outras questões, as condições médico-sanitárias, higiene, equipamentos utilizados, tecnologia para diagnóstico e tratamento, além da equipe.
O superintendente do Hospital de Caridade de Canguçu, Fernando Gomes, e o chefe da UTI Neonatal, Benhur Batista, não foram encontrados para se manifestar sobre as investigações.
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