Com ativos administrados na ordem de US$ 1 trilhão, sendo US$ 20 bilhões desse montante só no Brasil, o Banco de Desenvolvimento da China começa a se aproximar do Rio Grande do Sul. Em agenda que contemplou encontro com empresários na Fiergs e reunião com o vice-governador Beto Grill, o diretor da área de cooperação internacional da instituição chinesa, Zhu Wang, afirmou nesta terça-feira o interesse em investimentos nas áreas de carvão mineral e de infraestrutura gaúchas. “O financiador da segunda fase da Usina de Candiota é um banco nosso, então estamos interessados em conhecer mais situações sobre o carvão aqui”, destacou o executivo.
Wang lembra que a China promove diversas experiências na utilização das cinzas do carvão, e que, por isso, o banco gostaria de contribuir para melhorar as políticas ambientais para o uso do resíduo no Estado. Ciente das condições deficitárias da infraestrutura gaúcha, o dirigente também manifestou o intuito de “estudar e discutir” com sua equipe sobre o planejamento do segmento no Rio Grande do Sul.
O vice-governador do Estado afirma que estão sendo discutidas condições para que o banco chinês possa investir no mercado gaúcho. De acordo com ele, “recursos não faltam” por parte da instituição. Grill adianta que um grupo de trabalho será criado para desenvolver uma agenda de tratativas com o banco e facilitar a interlocução de negócios. Entre os trunfos do Estado para conquistar os recursos asiáticos estão a proximidade e o acesso a membros do Mercosul, além das recentes tratativas com a África, onde o Rio Grande do Sul poderia atuar como um facilitador para o acesso da China ao continente.
Grill reforça que o interesse em fomentar a área do carvão é bilateral. Apesar de não participar dos leilões de energia, a fonte é abundante no Estado, que detém 90% das reservas brasileiras do material. Segundo o vice-governador, o desenvolvimento do setor pode ajudar a diminuir as desigualdades regionais, levando em conta que a Metade Sul do Estado é a principal fornecedora de carvão mineral. “Não temos como colocar o carvão mineral em leilão, mas trabalhamos constantemente para mudar isso”, argumenta. Grill acrescenta que o Estado quer desenvolver um trabalho integrado, que una a atividade das termelétricas ao aproveitamento das cinzas de carvão mineral como insumo para a construção civil.
O vice-governador aponta que, demonstrando o potencial do Rio Grande do Sul na área, é possível prever uma boa parceria entre o banco chinês e o Estado. Em maio deste ano, Grill e uma comitiva do governo estadual estiveram na China em missão para prospecção de negócios. Entre os frutos da viagem está a visita da fabricante chinesa de aerogeradores Sinovel ao Estado, prevista para setembro.
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