Governo gaúcho não descarta a possibilidade de construir um novo terminal na região metropolitana de Porto Alegre
A abertura de concessão dos aeroportos de Brasília (DF), Congonhas e Campinas (SP) à iniciativa privada trouxe à tona a discussão sobre o futuro do setor aeroportuário em todo o país – inclusive no Rio Grande do Sul, onde o governo trabalha com a possibilidade de construir um novo aeroporto.
O atual aeroporto internacional Salgado Filho, o principal do estado, trabalha há três anos em sua capacidade máxima. Para desafogar o tráfego aéreo da região, uma das alternativas é construir um aeroporto em Nova Santa Rita, cerca de 25 quilômetros de Porto Alegre.
A ideia consta desde 2003 no Plano Aeroviário do Rio Grande do Sul (PARGS). O assunto foi retomado ano passado, quando o projeto – proposto por membros da classe aeroviária – foi oficializado pelo governo estadual. No segundo semestre do ano passado, a intenção de construir um aeroporto na Região Metropolitana foi comunicada oficialmente ao ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt. Em janeiro deste ano, em uma reunião fechada, representantes do governo estadual manifestaram à união o interesse de receber uma delegação para verificar a viabilidade do empreendimento.
Roberto Carvalho Neto, diretor do Departamento Aeroportuário do estado, disse que, para o aeroporto ser construído, é necessário que o governo federal defina a obra – ainda neste ano – como uma prioridade do setor de aviação civil. Sem isso, o governo estadual deve tomar a frente na execução da obra. “A União tem diversas prioridades. Já com o estado, o aeroporto seria uma obra de extrema prioridade, especialmente diante do possível esgotamento do Salgado Filho”, explica Carvalho.
Apesar dos esforços, Carvalho diz ser difícil que o novo aeroporto entre em operação em 2014. “É tecnicamente impossível, a não ser que tenha um esforço muito grande entre as empresas, pois envolve muito dinheiro e é um processo demorado”, diz.
Ele informa que já está encaminhada uma solicitação, desde o ano passado, ao Comando Aéreo Regional para consultar a viabilidade de tráfego aéreo na região. Os municípios de Portão e Nova Santa Rita já decretaram o terreno da construção como área de utilidade pública e o levantamento topográfico do terreno também já foi realizado. Carvalho acredita que, com o novo aeroporto saindo do papel, o Rio Grande do Sul passa a “correr atrás do prejuízo”. “O número de transportados do Salgado Filho está crescendo 20% ao ano, um número muito maior do que se esperava. Demorou muito para vir um planejamento de longo prazo, que estabeleça projetos para os próximos 50 anos”, comenta Carvalho.
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